Antes que alguém confunda com o filme de mesmo nome, o título acima é o título brasileiro para Batman: The Dark Knight Returns. É uma história do Batman escrita e desenhada por Frank Miller – que também fez Sin City e 300, que acabaram bem conhecidas no cinema – e foi publicada originalmente em 1986 como uma minissérie de quatro edições. No Brasil, a editora Abril publicou em 1987 e relançou em 1997 (salvo engano), também tendo edições encadernadas posteriores pela Abril e Panini.
Aos onze ou doze anos, li pela primeira vez a minissérie. De lá pra cá, tropecei várias vezes na obra enquanto fuçava meu guarda-roupa (o fato de me mudar duas vezes me obrigou a dar aos quadrinhos um lugar menos favorecido que as prateleiras) e, a cada releitura, a obra é cada vez mais apreciada. Hoje tive a chance de lê-la mais uma vez.
Apesar de ter largado os quadrinhos há muito tempo, ali por 2000, e ter tentado retomá-los sem sucesso na faculdade (era difícil comprar quadrinhos com pagamento de bolsista ou estagiário, já falei disso aqui antes), venho olhando para as HQs com saudade há tempos. Comprei alguns livros na Amazon há uns dias e aproveitei para comprar uma edição encadernada dessa história foda do Batman e também os quadrinhos de V for Vendetta – que ficarão para outro texto.
Um pequeno resumo do enredo, sem spoilers, seria dizer que, após dez anos sem vestir o uniforme de Batman, um Bruce Wayne de mais de cinquenta anos decide voltar a agir ao ver Gotham City caótica e violenta. Ao mesmo tempo que acompanhamos o Batman, podemos ver diversas outras partes da trama em passagens rápidas: a repercussão do Batman na imprensa, na política, nas pessoas, nos criminosos. É um roteiro mais maduro e elaborado.
Os vilões mais conhecidos estão lá: temos o Duas Caras, agora com um rosto normal graças aos avanços em cirurgia plástica, e o Coringa. A Mulher-Gato se aposentou e agora é dona de uma agência de acompanhantes. Os heróis estão todos aposentados, mas durante alguns trechos da história temos até mesmo o Super-Homem, que agora é um agente do governo, e mesmo uma breve participação do Arqueiro Verde.
A história cita alguns elementos do universo do Batman e da DC Comics que podem não ser conhecidos para outros leitores: o uniforme de Jason Todd, o segundo Robin (assassinado pelo Coringa), está na Batcaverna e Jason tem uma breve citação na história; Jimmy Olsen, colega de Clark Kent (o Super-Homem) no Planeta Diário, também é citado; Lana Lang, também personagem e repórter nas histórias do Super-Homem, ressurge mais velha e obesa na TV. Todos esses elementos, porém, não atrapalham o entendimento da história.
Se você se interessar por O Cavaleiro das Trevas, você tem duas opções: a versão em inglês (encadernada ou não) ou a versão brasileira, encadernada. Recomendo a versão em inglês, apesar da demora da entrega o preço sai menos salgado com os fretes mais baratos.
Um deleite. Consegui comprar a primeira edição brasileira garimpando nas bancas do centro. De 2 em 2 anos releio e me delicio com cada passagem (a "cena" onde o Batman, pensando, relata as formas de desarmar o oponente sempre me causa arrepios). Fico feliz com a sua aquisição. Torçamos juntos de agora em diante que a tecnologia permita a Clint Eastwood interpretar esse papel numa versão para tela grande dessa obra já cinematográfica, como você mesmo disse.