Pois é… acabou a greve!
Se você mora no interior e não soube a tempo de voltar pra primeira aula, se você precisa do restaurante universitário que continua em greve, se você ia trabalhar ou viajar no fim do ano, ninguém pensou em você, sinto muito.
E eu retomo meu cotidiano. Volto ao Pici-Unifor, ao Siqueira-Papicu, Circular, Parangaba-Náutico, Antônio Bezerra-Papicu e todos os trocentos ônibus que pego pra ir e voltar da faculdade. Vou levando alguma coisa no ônibus pra ler. Tem quem diga que faça mal, já me contaram que sim e que não, mas se eu ficar olhando pela janela fico maluco, reparando nas mudanças do caminho. Se eu tivesse um carro, minha atividade intelectual seria vastamente reduzida.
Vou matar a saudade da cega da flauta, dos vendedores de bala de gengibre, do menino que vende jujuba, dos travecos da Terapia do Riso vendendo cartão, dos ex-viciados do centro de recuperação Manassés… sem falar nos locutores da FM93 e da Liderança FM. Ah, o cambão. Isso sim é lugar democrático.
Vou pegar aquele bronze no Pici, comer de novo a torta de frango da Ilmar Doces da Jovita Feitosa, o PF do Lá em Casa, o sanduíche do Catatau pra matar a gente. Volto a curtir aquele sono cruel antes da aula da tarde.
Me livro de 2 ou 3 cadeiras em dezembro, que furaram a greve, mais 1 em janeiro e 1 em fevereiro. A Cultura vai até Deus sabe quando, talvez coloquem aula nas sextas. E volto aos abraços depois da aula na Cultura, isso fazia falta.
E, enquanto isso, o povo da faculdade se preocupa se vai haver aula durante a copa do mundo.