Sobre princípios e valores
Engenheiros do Hawaii – Dom quixote (gessinger/galvão) muito prazer, meu nome é otário muito prazer, meu nome é otário um prazer cada vez mais raro ás de espadas fora do baralho por amor às causas perdidas tudo bem…até pode ser tudo bem…até pode ser |
Há quem diga que as diferenças são bonitas, eu concordo. É bacana você comer verdura e eu gostar de carne. É legal você gostar de verde e eu de azul, aliás já me disseram “o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?”, e isso realmente seria chato. As diferenças são bonitas. Até eu gostar de rock e ter quem goste de samba é bom, pandeiro com guitarra acaba ficando legal.
Tem uma diferença que me dói, que me chateia, que me maltrata. Essa é difícil de ignorar, já me deixou tenso e já me tirou sono. Entenda, se eu pudesse me definir e dizer minha característica mais forte, eu diria que é mais que acreditar nas coisas que penso, eu as transformo em causas, as defendo e luto por elas. Minha característica mais forte é a que às vezes me faz sentir numericamente fraco: lutar por coisas pras quais ninguém liga, nas quais ninguém pensa, ninguém ensina, ninguém aprende. Eu acredito em princípios, em valores, em coisas que seriam muito bonitas fossem num filme, mas que, se depender da maioria das pessoas, sempre será ficção.
É a minha moral morta contra a moral torta do cotidiano, das pessoas, de todo mundo. Alguns insistem em dizer que ninguém definiu o que é certo ou errado, mas eu nunca conheci uma pessoa que dissesse isso que não levasse uma vida desregrada e usasse essa proposição como desculpa. Pra beijar por beijar, fazer sexo por sexo, galinhagem, raparigagem, adultério, traições e outras coisas. Coisas que todo mundo hoje faz por osmose, sem pensar nas causas ou conseqüências, mas que viu todo mundo fazendo, então não tem problema nenhum.
Eu não consigo vibrar quando o cara do meu curso de sábado conta que traiu a noiva ou quando um professor conta que traiu a esposa. Não invejo o chefe que conta suas aventuras sexuais com adolescentes gostosas. Quando uma amiga agarra alguém que amanhã vai ser substituído, eu não consigo achar aquilo o máximo. Quando alguém tira lucro da desonestidade ou se aproveita da ingenuidade alheia, eu não consigo dar os parabéns. E todas essas atitudes alheias que citei acabam caindo no conceito de normalidade. E o normal é visto como bom. Então tá.
E é diariamente que tenho de me trabalhar para conviver com tudo isso, às vezes ficar calado pra não pegar fama de velho mala aos 21 anos, de cafona, porque se eu não cair na putaria eu eu sou brega e quadrado, se eu me recuso a agarrar alguém me olham torto achando que sou viado, se eu não gostar da menina ali beijando todo mundo e/ou dando pra um estranho e/ou pra um amigo eu nasci na época errada, e se eu criticar alguém que traiu o namorado ou namorada eu tô falando demais. Afinal o importante é ser feliz, mesmo que se confunda felicidade com prazer.
Dia após dia, eu tento desenvolver uma auto-suficiência e auto-estima para que eu não precise de ninguém concordando comigo para me sentir melhor, afinal eu não posso depender disso pra sempre, e se eu for depender do apoio alheio talvez eu morra de câncer. Quando eu desenvolver essa auto-suficiência toda e tomar um gole de conformismo, estarei pronto pro exercício da tolerância.
essa eu vi e adorei:"a felicidade aparece quando você anda para o outro lado."por isso que tu sempre chega com abraços calorosos que faz levantar a gente do chão [literalmente].beijos.
As pessoas podem resguardar seus segredos; mas essa é uma época onde as pessoas adoram contá-los .
Como você é bonzinho….Ok, foi um comentário escroto. Mas eu sou uma pessoa sem moral e cínica. E além do mais eu nunca comento aqui.
Adoro esse música. A melhor deste album.
Então somos dois caretas aos vinte e poucos anos, que nasceram na época errada e lutam sozinhos por ideais. Bem-vindo ao clube ___:****
O estranho é isso.Encontrei seu texto. Aqui encontrei um comentário de quem diz sentir o mesmo que eu.Estamos remando contra a correnteza… mas ñ nos encontramos, será que estamos em rios diferentes?Por amor às causas perdidas… mas acho que cada um luta por uma (própria) causa perdida… e por isso, continuaremos sempre sendo 'puro sangue puxando carroça'.Sei que ñ acrescentei nada. Meu comentário ñ te fará falta, mas senti vontade de fazê-lo.Também estou em busca da auto-suficiencia… mas tá dificil de alcançar e vez ou outra acabo me metendo onde ñ deveria.Parabéns pelo texto.E quem sabe algum dia ñ encontraremos nosso Sancho Pança?!?!
Hum… Acho que somos três, na verdade… Na época que nos conhecemos, eu já concordava com você e até agora continuo. Acho que você disse tudo, não há espaço pra comentários meus…Abraços