Depois de um ano e meio, a série está de volta:

Autobiografia de uma vida bandida
Capítulo de hoje: Sunday bloody sunday

“eu não sei por que
eu teimo em dizer
que amo você
se eu não sei dizer
o que quer dizer
o que vou dizer?”

Zeca Baleiro, em Lenha

Algumas histórias não deveriam ser contadas em público e essa é uma delas. Mas as histórias mais secretas tornam-se um segredo sem valor com o tempo. Trata-se do dia em que levei meu primeiro pé na bunda duma pessoa que gostei de verdade. A fim de preservar sua identidade, darei a ela o nome fictício de Duculina e espero que, se um dia ela ler isso aqui, ela não fique com raiva.

Eu tinha 14 anos quando gostei da Duculina. Era aquele negócio meio distante, raramente a gente se via. Um belíssimo dia, se não me engano era 23 abril de 2000, marcamos eu, ela e uns amigos de dar uma volta no Iguatemi (típica diversão adolescente).

Cheguei lá, e nada de ninguém aparecer. Eis que ela aparece. Eu estava tão completamente desajeitado pela situação que sequer consegui cumprimentá-la nesse dia. Ficamos em pé inventando assunto, e eu pensava em como estava com sorte: todos os nossos amigos deram o cano. Enfim sós!

Mas minha alegria durou pouco. Do nada, surge ninguém menos que a mãe da Duculina. Somos apresentados, a mãe dela olha pra mim com cara de “Se você pensa que vai pegar minha filha, está muito enganado!” e diz: “Bem, já são 15 pras 5. Se só veio ele, é melhor a gente ir embora”. E assim o chão ruiu sob meus pés.

Fui dar uma volta pelo Iguatemi. Comprei duas folhas de papel que meu irmão queria e fui parar na sessão de CDs do Extra, quando escutei a música do Zeca Baleiro citada acima que até hoje me lembra o fatídico dia.

Ao chegar em casa, entro na internet e vejo a Duculina online no IRC. Vou levar um papo com ela, que pede desculpas. Eu disse que não precisava pedir desculpas, que entendia a situação, tá beleza… Então, desconfiada do meu excesso de bondade, ela pergunta o que eu queria com aquilo tudo. Eu disse.

Veio então um fora, toda uma conversa de “eu não posso namorar” e “minha mãe não deixa”, tudo isso via internet.

E, dois meses depois, a Duculina começa a namorar um vizinho.

Durou umas duas semanas, quando ela ouviu falar de outra…

Leia também:
Meu primeiro pé na bunda
A mola
O dia da pedrada

9 thoughts on “

  1. valhatinha extra nesse tempo já?se eu for contar meu primeiro pé na bunda, vou lembrar do meu primeiro porre. com coca cola e rum, na famosa praia de iracema. tinha uns 14 anos.=)mas não vou contar.bjos, cocoto. adooro-te!

  2. tinha um nomizim melhor n? Duculinaeheheheheheehhehehese a menina se chatear n vai ser por tu ter contado:Pe foras são sempre ruins, já ecutei muita coisa por causa disso:~~:****

  3. "what a feeling in my soullove burns brighter than sunshine"eu n tinha nada a mais pra falar, mas tava ouvindo essa musica enquanto lia..

  4. adorei o título do post e o primeiro pé-na-bunda a gente nunca esquece. ainda mais quando se é adolescente e tudo é mais intenso e cor-de-sangue. mas o melhor de tudo é lembrar desses fatos passados com certa plenitude. :*

Leave a Reply to carolsher Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.