Autobiografia de uma vida bandida
Capítulo de hoje: “Quem planta sacanagem colhe solidão”

“foi irracional o que ela fez
mas vou deletar sua insensatez”

Latino, em Renata

“Queria testar sua sinceridade.
Se me amasse realmente,
não olharia para trás”

Prova de amor, cujo autor desconheço

E se passaram meses desde a Duculina. Era fim de 2000 e, na minha vida nerd de passar tardes no IRC, eis que surge, num dos canais que eu frequentava (se você não sabe o que é um canal de IRC, veja como uma sala de bate-papo), uma dona aí, ex-namorada dum amigo dum amigo meu. Passou despercebida por quase todo mundo, mas não por mim. Chamarei-a pelo nome fictício de Jucyllene.

Eu tinha 15 anos e ela tinha 16 ou 17. A Jucyllene tinha um papo legal, e fomos nos aproximando. Ela é frequentadora assídua do Mais ou Menos Bar até hoje (sim, eu tenho notícias dela), o que causou alguma divergência inicial. Até mp3 de pagode ela quis mandar. Mas ela conseguia causar alguma atração, parecia bem informada e prendada, e uma vez liguei pra ela e ela não pôde atender, pois estava pintando um quadro, veja que chique (grande coisa, podia ser um borrão no meio da tela).

Mas a coisa foi além. A Jucyllene falava dos homens que viviam atrás dela, que no Dia dos Namorados recebeu 3 propostas, que um amigo dela a pediu em namoro e, caso ela aceitasse, ele largaria a namorada pra ficar com ela. Uma vez, por telefone, ela disse que o maior medo dela era perder a bunda e que tinha perdido 8 quilos num período de semanas só dançando pagode. Ou seja: ela também deu uma de gostosa.

Nos encontramos um dia no Iguatemi. Eu usava uma camisa pólo branca, uma calça preta e um sapato preto de camurça (meu passado me condena). Ela usava uma blusa azul e me esperava em frente às Americanas. Conversamos um bocado e dei pra ela um cartão de Natal com palavras que não lembro mais.

A Jucyllene tinha pontos baixos na história dela: ela tinha passado um chifre no ex. Mas eu estava caindo na história dela. Ela era mais velha, parecia mais madura, se dizia gostosa e tava dando bola pra mim. Eu me sentia o rei da cocada preta por tudo isso. Lembro dela me chamando pra “dar uma volta no Iguatemi, namorar um pouquinho”. Como quando a esmola é demais o santo desconfia, eu esperei.

Na época da virada do ano, ela viajou pra praia de Flexeiras. Seria a oportunidade para testá-la, e não deu outra. A Jucyllene tinha uma melhor amiga, a Glaucileide (nome fictício). A Glaucileide tinha namorado, mas também curtia passar um chifre nele. E as duas ficaram na praia competindo pra ver quem ficava com um cara lá. E a Jucyllene ficou.

Quando a Jucy veio pra Fortaleza, me contou a história. Ué, não era de mim que ela gostava? Dei-lhe um pé na bunda, tchau e bênção. Ela tentou ajeitar, disse que eu era alguém com quem ela gostaria de passar “um bom tempo da vida dela”. Pareceu que ela pensava em mim como alguém com quem ela pudesse ficar uns meses e depois dar tchau. Não teve volta. Meses depois, veio a notícia não comprovada de que ela se apaixonou por um gay.

A última vez que tive contato com ela vai fazer uns 2 anos. Mandei meu e-mail anual de Natal para minha lista de pessoas que já passaram pela minha vida, e ela respondeu me chamando de tudo menos de gente. Eu só pude rir.

9 thoughts on “

  1. então, a Jucy era mó insegura. e nenhuma mulher que se preze quer perder a bunda.:Dhahahhahaaadorei a historinha.beijos, cachorro.

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