Os últimos dias não foram nada fáceis e eu tenho pensado nisso o tempo inteiro. E, ao fazer essa reflexão, a minha cabeça tenta buscar algum outro tempo em que as coisas tenham parecido fáceis, como se a nostalgia fosse de algum uso.
Um exercício que tenho feito ultimamente por recomendação terapêutica é sempre questionar os pensamentos e procurar as evidências por trás deles. Recordo dias que pareciam mais felizes, mas me pergunto se tais dias eram tão solidamente bons. Analiso e noto que sempre havia algo fora do lugar, algo faltando, algo causando medo e ansiedade.
Se eu tinha tempo livre, a grana era mais curta. Algum problema familiar estava em curso. Se eu estava com um bom trabalho e com alguma segurança financeira, ao mesmo tempo havia a incerteza no campo dos relacionamentos. Sempre, sempre há algo fora do lugar. Toda época feliz de que lembro sempre tinha uma nuvem cinza no horizonte. A nostalgia me faz esquecer disso e é inútil.
Lembro, também, de tantas vezes que me preocupei e me estressei. Adiantou alguma vez? Não.
O cenário parece negativo, mas a lição que achei pra mim mesmo é: aproveite, amanhã o medo pode se concretizar, ou novos medos podem surgir. A situação nunca está 100%, nem mesmo 70%. Se der merda, pelo menos você aproveitou.