Eu tinha 13, 14 anos. Minha vida se resumia a casa e colégio, e eu passava os fins de semana no computador, usando internet discada. Ali, no meu mundinho, uma causa estúpida fazia eu me sentir superior à maioria das pessoas: eu tirava notas boas. Sim, eu fui convencido um dia.

Mas a vida era mais que aquilo. O tempo passou, e iniciei uma vida social. Conheci pessoas maravilhosas, muito boas. Veja só, algumas delas não tiravam notas altas, mas nem por isso eram menos maduras e inteligentes. Agora, eu tinha casa, escola e saía nos fins de semana.

Mas o tempo continuava passando, e vieram os dias do coração bater depressa e do sistema nervoso produzir feniletilamina. Dando errado, ou dando certo por um tempo. Nunca somos bons o bastante. Às vezes dias de cabeça baixa, às vezes de voltar pra casa satisfeito. E a vida seguia em frente, seguia depressa, ela não era só aquilo.

Veio a faculdade. Agora era casa, faculdade, amigos. Começa-se a falar em trabalho, a pensar em ganhar dinheiro. A menina que era sex symbol no colégio engravidou e teve que casar. Teus amigos tão tomando calmantes, tão te acordando pelo telefone e falando em suicídio, e você salva a vida deles. E a cabeça, às vezes, bagunça também. Aí você descobre que o mundo não vai parar pra você colocar as coisas no canto: as cobranças não vão parar, a faculdade não vai te esperar, a prova é na sexta e dane-se se você não consegue estudar, você precisa estar de pé daqui a três horas, e antes disso precisa conseguir dormir.

E você precisa de coisas pra acreditar, e aquilo em que você acredita vai ser testado dia após dia. Vão ter aqueles que vão apontar o caminho e vão contigo enquanto a coisa tiver boa, para depois desaparecer e fazer pouco caso dos seus problemas. Vão ter aqueles que vão rir de você. Vão ter aqueles anjos que vão surgir quando a pista tiver irregular. E agora é sua vez de ligar pros seus amigos de madrugada.

E, no meio duma fuga sua, você estará numa madrugada qualquer, pensando na vida, quando um amigo telepata vai dizer, do nada, epifanicamente: a vida deve ser muito mais que isso…

A frase ecoa na minha cabeça.

13 thoughts on “

  1. nhá. the first one.eu realmente espero que a vida seja mais que isso. bom, e pode me ligar quando quiser, apesar de eu achar que você não tem meu telefone. mas também não vou por aqui. num desses encontros legais por aí, te dou.um bjo, cachorrão.

  2. Se ela não for mais do que isso… sei não… continuo esperando que ela seja. Não quero me decepcionar tão cedo. :/(A vida sempre me parece um teste… alguém querendo saber o quanto podemos aguentar… você não acha?)Beijos!

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