Há uns dias decidi comprar uma cafeteira nova. O processo de fazer café na minha casa ainda é bastante primitivo, mas após algumas semanas na casa da minha namorada, que é equipada com uma cafeteira elétrica que trabalha pelos humanos, decidi adquirir uma também.
Lembrei dum antigo modelo que havia no meu trabalho anterior e procurei por ele em várias lojas, sem sucesso. Aparentemente as máquinas de café atual estão voltadas para pessoas que moram só e dormem decentemente — 15 xícaras pequenas? Faça-me o favor! — e também vêm perdendo espaço para os cafés de cápsula.
Bem, achei o modelo que eu queria numas Lojas Americanas. Após alguns minutos sofrendo com a péssima trilha sonora sempre presente na citada rede de lojas, vou saindo segurando a caixa enquanto uma senhora que veio para o caixa que eu havia acabado de abandonar começa a me interrogar:
— Essa cafeteira é de alumínio?
— Não sei, um minuto. — e saio fuçando a caixa. — Opa, tá aqui, é inox.
Me perguntou o preço, a marca, viu a caixa. E no fim, completou:
— Parabéns, é uma ótima cafeteira!
Eu, que venho recentemente encarando mais e mais obstáculos da tediosa vida adulta, me senti vencedor. Saí da loja munido de uma cafeteira com garantia de alguém com décadas de experiência em adultices.